segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Must Listen 2 - a revanche!

Só para incluir o link de "Dont'worry, I'm yours", que também é demais!

É prá correr e fazer o download de todos os álbuns do cara! www.mashups-germany.com

Beijos!

205 - Mashup-Germany - Don't worry, I'm yours

Must Listen!

O nome dele é Ben Stilller, homônimo do ator de Hollywood (de Uma noite no Museu, por exemplo...), mas esse tem mais um “l” no sobrenome.
O cara é o “it DJ” aqui, mas no underground. Tem 26 anos é meio alemão, meio americano. O nome é artístico, claro. O tipo de som é o mashup e é febre na Europa. Nunca tinha ouvido falar. Trata-se, basicamente, de um mix de músicas famosas, mas falando assim parece pouca coisa.

O DJ pega as músicas do momento, ou clássicos da dance music, blues, jazz, gospel, rock, rap, etc... enfim, todo e qualquer tipo de música e coloca uma dentro da outra, em seqüencias super dançantes ou baladas. Não é mixagem propriamente dita, porque a música anterior não desaparece por completo. Aqui as músicas se fundem! Há muitos outros DJs na Alemanha e Europa fazendo o mesmo, mas tem que ter uma sensibilidade do caramba e conhecer muito do negócio para combinar as músicas do jeito que esse menino faz e o resultado é sempre surpreendente!! Ele prá mim é o melhor e, por isso, valeu esse post!

A música dele que eu mais escuto atualmete chama-se “Don’t worry, I’m yours” e começa com Jason Mraz naquela musiquinha gostosa, pop reggae, que a gente adora ouvir e bombou no Brasil ano passado. Os acordes iniciais da música estão todos lá e quando você vai abrir o peito e encher a boca para cantar a primeira frase, entra imediatamente Dido e como combina! Não tem como não ficar amarradona com a surpresa da felicidade musical desse cara e abrir um sorriso... mas não pára por aí. Quando você vai se lembrando da letra da Dido e tenta balbuciar o refrão, entra “Don’t worry, be happy”! E vai tudo se misturando assim até o final.

Em outra faixa que eu também amo, chamada “I like them all”, ele mistura mais de 20 músicas e, como disponibiliza todas as referências que usou nas músicas no seu site, a brincadeira fica em tentar descobrir quando e onde estão entrando todos os sons! Essa também vale muito ouvir! Só para ter uma ideia do material que ele usou nessa música, ai vai uma parte: Keri Hilson - I like; Black Eyed Peas - Let's get it started; Alicia Keys – Fallin; Bob Marley - Sun is shining; David Guetta feat. Akon - Sexy Bitch; Jamiroquai - Deeper Underground; Jordin Sparks – Tattoo; Rihanna – Disturbia; The Offspring - Pretty Fly (for a white guy); Justin Timberlake - My Love; The Chemicals Brothers – Galvanize; Michael Jackson - Billie Jean; Carl Douglas - Kung Fu Fighting; Gigi D Agostino - L'Amour Toujours; Michael Jackson - Don't stop 'til you get enough; Eagles - Hotel California E MUITO MAIS. É criatividade que não acaba mais!

No mínimo é uma brincadeira para nossos ouvidos e música da melhor qualidade e sensibilidade mixada pra nós ouvirmos fazendo ginástica, no ônibus, indo para o trabalho, disfarçado no meio de uma reunião chata (só cuidado para não sair dançando), ou seja, é bom de qualquer jeito e tem tudo a ver com o verão do Brasil.
Bem Stilller tem 4 CDs duplos, (isso mesmo, 4 CDs duplos) circulando na internet e todos são demais! O site dele é: http://www.mashup-germany.com/
Lá vocês encontram todos os álbuns e a possibilidade de baixar tudo de graça! Ele diz que não quer ganhar dinheiro com isso, apenas divulgar o estilo e dividir o amor dele pela música. Fofo, não?

Abaixo seguem algumas das minhas faixas favoritas.

- Hands down fireflies, kiss me forever - CD 2 Recycling Revolution
- I like them all (essa eh demais) - CD 1 Recycling Revolution
- Island (Hep Hep) - CD 2 Recycling Revolution
- Imagine one day - CD 1 Recycling Revolution
- Walking on mashups (aqui tem a musica de Friends junto com Walking on the sunshine e Reggae Alemão - SEEED e BEP!!) – CD 2 PIRATE’S POETRY (Pirate’s Love)
- Angels on Fire (aqui tem Robie Willians Angels e King of Leon – Sex on fire! Ficou muito bom!) - CD 2 PIRATE’S POETRY (Pirate’s Love)
- Can we change (High School Musical, Barak Obama e outros) - CD 2 PIRATE’S POETRY (Pirate’s Love)

Coloquei os links de "I like them all" abaixo.

Espero que gostem!

116 - Mashup-Germany - I like them all

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Primeiro dia de aula. Primeira lição: Hallo!!


Não tinha dormido muito bem, porque estava ansiosa, igual a criança esperando o primeiro dia de aula. Acordei as 7 da manha, estava nevando e completamente escuro. Se já e difícil acordar cedo no frio, imagina quando está tudo escuro?

Tenho que pegar dois ônibus para chegar no curso. O primeiro – linha 1 - passa a 200 metros da minha casa, pontualmente, de 15 em 15 minutos durante a semana. O ônibus chega na estação central (Banhhof) `as 8:03 e eu tenho exatos três minutos para achar a plataforma da linha 3 e fazer a troca. A viagem inteira não dura mais do que 35 minutos. Como nunca tinha feito esse caminho de ônibus resolvi pegar o de 7:40 h para dar uma sobra no tempo, em caso de me perder (o que é realmente impossível aqui).

Cheguei no ponto já sem sentir os dedos das mãos porque esqueci minhas luvas em casa, mas comecei a me sentir bem quando ouvi de longe o bom e velho português do Brasil e, melhor, falado por cariocas! Nada contra os outros sotaques, mas sou de Niterói e ouvir o “nosso” jeito de falar é confortante quando se está longe. Cheguei perto e eram três moleques do Rio, legítimos. Obvio que eu tive que mandar um: “Cariocas?” Os três abriram um sorriso e começamos a trocar impressões sobre a cidade, a Alemanha e o frio, tema recorrente entre brasileiros aqui. Pensei que tinha começado bem o dia.

O ônibus chegou pontualmente e a viagem foi tranquila. Antes de chegar na estação central perguntei em alemão para o motorista onde ficava a plataforma da linha três e o cara entendeu! Sai correndo pra lá e exatamente as 8:06 o ônibus – linha 3 - estava estacionando lá. Três vivas para a pontualidade no transporte coletivo alemão! Você pode mesmo programar o seu tempo para acordar e planejar o seu caminho pelo mapa de ônibus da cidade, que ele vai acontecer dentro do seu prazo.

Cheguei na escola VHS (Volkshochshule), que é uma escola pública de línguas para estrangeiros muito conhecida na Alemanha. Quase toda cidade tem uma. De cara achei a sala e ajudei o colega australiano a achar o caminho. UFA! Missão número um completa!

Chegou a professora, uma menina com cara de gente do bem, chamada Jennifer. É suíça e tem excelente didática. Aos poucos foram chegando os alunos, de todas as idades e todos com cara de interrogação, como eu, e, claro, todo mundo se sacando. Já vi que tinham duas russas e duas japonesas conversando em suas línguas pátrias.  Ouvi também inglês e turco (já tava demorando), mas nada sequer de espanhol e português e, agora, só agora, senti alivio, porque não queria brasileiros na turma, o que acabaria desviando o alemão para o português.

Começou a aula e eu vi a professora tirando da sacola telhadinhos coloridos e não acreditei... Telhadinho com 35 anos? Sim, tive que escrever meu nomezinho lá! Depois das apresentações em alemão, achei super legal que a turma é muito internacional. Vamos lá: uma senhora polonesa, dois russos e uma ucraniana, uma tailandesa, uma coreana, um australiano, duas americanas, uma canadense, três japoneses, uma menina da Macedônia (!), outra do Kenya e uma senhora turca.

Apesar de não ser nula em alemão achei que foi muita informação num dia só. Pronomes pessoais, artigos, verbos no infinitivo e conjugação no presente, nacionalidades, línguas, perguntas e respostas de saudação e localização e, para finalizar, números (todos) e operações de matemática.

Comentários iniciais: a) agradeci muito por estar na aula sozinha, sem conhecer ninguém, porque tive muita vontade de rir em diversas situações (especialmente com os japoneses) e se eu tivesse com mais alguém conhecido seria retirada da sala... (tipo minha amiga Nívea); b) a senhora turca fazia todas as contas dos números com três dígitos de cabeça e respondia o resultado em alemão perfeito antes de todo mundo; c) alguns alunos são bem mais lentos e vão dar trabalho para a professora; d) eu vou ter muito trabalho a fazer se quiser cumprir a minha meta de falar alemão em seis meses e (e) como sempre, já coloquei apelidos em todo mundo da sala : )  (herança dos meus irmãos que colavam e atualizavam diariamente uma lista de três  páginas com os MEUS apelidos na geladeira de casa).

Se continuar nesse ritmo o negócio vai ficar bom.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A primeira dura e na Alemanha, a gente nunca esquece!

Sábado passado foi aniversário de Lothar, amigo nosso, que mora perto de Stuttgart. Já tinha feito um trato com o Mirko de que ele poderia beber e eu voltaria dirigindo, porque não estava a fim de dormir lá. Aliás, um parênteses, aqui na Alemanha as festas nas casas das pessoas são pensadas com o day after, ou seja, leitos e café da manhã para todos, porque ninguém volta para casa dirigindo depois de beber. Se não for possível dormir todo mundo na sua casa, indica-se um hotel.

Um casal de amigos veio nos encontrar aqui em casa e depois seguimos para lá. Na ida o Mirko foi dirigindo. Chegamos lá às 21 horas, horário bem comum para início das festas aqui e mantive a minha promessa de só tomar dois copos de cerveja, o máximo aceitável pelo controle da polícia rodoviária. Bebi essas duas canecas super devagar, degustando, até porque a cerveja também era boa mesmo! Depois comi pizza caseira e outros engordas (dieta??) e parti para o suco de frutas o resto da noite, super docinho.

O resto da galera estava bebendo socialmente, menos eu, e é claro que mesmo com a conversa boa, chega uma hora que eu começo a me sentir fora do contexto, porque as vozes começam a ficar mais altas e, proporcionalmente, a música também, os papos começam a ficar nonsense e não tem como evitar o tédio. Falei para o Mirko que queria ir embora à uma da manhã. A parte boa de ser a motorista da rodada, entre eu e Mirko, é que faz parte do nosso pacto ter as decisões de ir embora ou ficar num evento acatadas pelo outro, mesmo que se demore uma hora para se despedir das pessoas...  : )

Confesso que estava meio tensa a noite inteira como fato de ter que voltar dirigindo de noite numa estrada que não conheço. Tudo bem, tudo bem, estamos falando das Autobahn alemãs, fantásticas de dirigir e o nosso carro é automático (super comum aqui), mas as placas são em alemão e eles têm muito mais sinais de trânsito do que nós, especialmente os de limite de velocidade e, por causa disso, têm mais pardais, então, a atenção tem que ser redobrada o tempo todo!

Quando deu a nossa (minha!) hora, fomos embora e voltamos ouvindo um CD super legal que pegamos na casa do Lothar. Os meninos ainda pegaram algumas long necks para o caminho de volta (para eles). Quando já estava totalmente relaxada, dirigindo na boa e ouvindo “Creep” do Radiohead, um clássico que eu amo, avistamos luzes de carros de polícia num entroncamento já pertinho de Tübingen. Pensamos que era acidente e reduzi quase a zero. Quando chegamos perto constatamos que não era acidente e sim, DU-RA! Lei Seca alemã!! Que delícia! Fiquei esperançosa ao ver que estavam parando o carro da frente e o Mirko disse: “Pega a direita, porque não vão te parar”, mas foi só ele acabar a frase, que o policial fez um sinal com a lanterninha para eu parar. Pimba! Fui pega na dura!

Numa fração de segundo pensei na minha linda licença internacional para dirigir indo embora, porque afinal das contas no início da noite eu tinha bebido duas cervejas... Mas aí ponderei que também não era big deal perder a licença, porque ela só é mesmo válida por seis meses e, numa onda de otimismo absurda, pensei que até gosto de andar de ônibus e poderia comprar uma bicicleta... kakakaka.

Pausa para um comentário sobre mim.... quem está me conhecendo agora vai perceber que faz parte da minha personalidade “fazer a Poliana” em situações tensas, mesmo que o meu sentimento otimista seja uma mentira deslavada dentro de mim! Mas, nesse caso, nem foi...

O policial, com o seu bigodinho à la Freddie Mercury pediu para abaixarmos o vidro e pediu meus documentos, obviamente falando alemão. Me desculpei em inglês, avisei que falava muito pouco alemão e expliquei que era brasileira, portanto, apresentaria minha licença internacional, acompanhada do meu passaporte.  Ele continuou falando alemão (fofo!) e pediu o documento do carro. Depois de ver que estava tudo certo, ele me perguntou, de novo em alemão (so sweet!), se eu tinha ingerido álcool. Essa eu entendi, mas fiz questão de responder em inglês para manter o jogo do gato e rato: Meeee??? Noooo!!!! Nothing!!! Só que, como não fiz curso de teatro e o chão do carro estava com três garrafas de cerveja vazias (e ele viu), acabou explicando, na maior educação, que queria se certificar de que eu não tinha bebido nada, porque tava na cara (e no cheiro) que o resto das pessoas no carro tinha.

Freddie me pediu para sair do carro e o acompanhar. Lá fui eu, com o Mirko à tiracolo de intérprete. Chegamos perto da viatura (um frio descomunal), eu estava super calma. Abri o pacotinho do canudo para o teste do bafômetro e espetei no aparelho.  Aí ele fez uma demonstração de como eu teria que soprar o aparelho e deu um sopro tão forte, que mais parecia o lobo mau tentando derrubar as casinhas dos três porquinhos, lembrei de Thomaz na hora e me deu vontade de rir... Bem, imitei o lobo mau e fiquei esperando a porrada da notícia. Mas aí eu vi um sorrisinho de canto de boca no Mirko, o teste tinha dado 0.0 de álcool!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O policial informou o resultado, agradeceu, pediu desculpas e desejou uma boa noite. Simples assim!

Até agora acho que o aparelho tava com defeito, porque tinha bebido duas cervejas e 0.0 foi muito bom! O Mirko disse que não iam colocar um aparelho quebrado na dura e que não deu nada, porque eu comi e bebi suco depois a noite toda.  

O mais engraçado é que nunca fui parada na Lei Seca no Brasil. Tinha que ser logo aqui e bem no início, só prá eu sentir que o negócio aqui não é brinquedo não (Dona Jura!)... 

Mas, gente, o que importa mesmo foi que eu “A-HA-ZEI NO BAPHÔMETRO” !

HAHHAHAHHAHAHHA!

Beijos!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A reciclagem do lixo em Tübingen



Estava devendo esse post e depois dos últimos acontecimentos na região serrana do Rio de Janeiro, achei que era a hora de agilizar e escrever algo sobre o lixo daqui, apenas para mostrar como é possível conscientizar o povo e as autoridades sobre uma nova maneira de pensar a reciclagem do lixo no Brasil...

Bem, o lixo aqui é coisa muito séria. É assunto tratado com um respeito absurdo. Eles partem do princípio de que se você é cidadão, tem que se responsabilizar pelo lixo que produz, com a mesma consciência com que se alimenta. Ouvimos isso na Prefeitura da cidade e achei totalmente lógico. Se você consome, tem que se responsabilizar pelo descarte adequado do seu consumo, sem prejudicar a natureza e os outros.

Então, prá começar, você precisa cadastrar as suas lixeiras, pelo seu endereço e nome, na Sub Prefeitura do seu bairro. Depois do cadastro você coloca o seu nome nas suas lixeiras. É a maneira que eles têm de fiscalizar o seu lixo e, ainda, dos seus vizinhos também ficarem de olho na sua reciclagem. Os fiscais periodicamente dão uma vistoriada no seu lixo. Se não estiver ok, você leva multa em dinheiro, e pior, eles simplesmente não recolhem o seu lixo. Você tem que colocar prá dentro da casa de novo e esperar a próxima semana, ou duas, dependendo do tipo de lixo e da época do ano.

São cinco os tipos de lixo a ser reciclado:

(i) na lixeira verde, o lixo orgânico (comida de todo o gênero); (ii) nos sacos plásticos amarelos, que são comprados no mercado (é muito baratinho) vão os plásticos, isopores e embalagens de todo o tipo, com exceção das de papel, lembrando que tudo deve ser lavado antes, porque se tiver resto de comida eles não recolhem; (iii) os vidros devem ser divididos entre: verdes, transparentes e marrons. Em cada bairro tem um container especial dividido em três partes, para jogarmos os vidros de acordo com a cor. O lance aqui é juntar em casa e levar de carro de 15 em 15 dias para jogar no container. É como todo mundo faz; (iv) os papéis, são colocados em sacos plásticos comuns transparentes e quando são grandes blocos de papelão (tipo caixas e embalagens de móveis para montar), devem ser colocados à parte no chão mesmo, mas organizado, porque se ficar tudo jogado na rua eles também não recolhem e, finalmente o último tipo de lixo (v) que vai nas lixeiras pretas e eles chamam de Restmull, é tudo aquilo que não foi classificado acima, como guimba de cigarro, algodão, cotonete, tampinha de refrigerante, etc.. eles te dão uma lista.

No inverno o caminhão do lixo orgânico e do Restmull passa de 15 em 15 dias e no verão toda semana. O plástico é recolhido uma vez por mês e o papel também. Os vidros são por sua conta, porque o container da Prefeitura fica lá fixo.

Agora você imagina o estresse que é para não errar e ter o seu lixo recolhido normalmente? É, porque, como eu disse, se você fizer errado eles simplesmente não recolhem e ninguém quer ficar com lixo acumulando em casa. Além disso, os vizinhos meio que te olham de cara feia, se o caminhão passar e o seu lixo ficar. Sei disso porque na minha primeira semana aqui aconteceu com a gente, porque não tínhamos a menor ideia de como fazer. Mas uma vizinha gente boa percebeu que estávamos perdidos e nos ensinou o básico.

A reciclagem muda de cidade para cidade e, sem dúvida, Tübingen é a mais "cri cri" com essa divisão do lixo. Todos os alemães concordam que eles exageram aqui. Em Stuttgart, por exemplo, que fica a 25 minutos daqui, eles não dividem os vidros em cores e o papel e plásticos vão juntos.

Mas o que deve ficar claro é que toda e qualquer cidade dessa nação tem a sua coleta de lixo reciclada, algumas com mais critério, outras com menos, mas o fato é que aqui a ordem é reciclar. 

No início eu resmungava muito com todo esse procedimento diário, mas acabava fazendo na boa pelo bem do planeta. Agora, “com treino”, já vai totalmente no automático. É mesmo uma questão de costume e educação, nada que um mês não te ensine. Vivi isso e posso dizer.

Tenho certeza absoluta que se no Brasil o lixo fosse reciclado de verdade muitos dos estragos dessas inundações teriam  sido minimizados e, mais importante, teríamos salvado vidas.

Vamos pensar nisso.

DOMINGO DE SOL!!!

Aproveitamos para passear, porque dia de sol aqui é raro.



A catedreal da cidade que é muito bonita, estilo gótico. Olha aí, mamy!





Depois fomos ao castelo. Quase toda cidade aqui tem um castelo, às vezes mais de um, sempre com uma torre, um pátio grande, túneis, passagens estreitas, calabouços. É sempre um super programa visitar um castelo. Como cresci ouvindo histórias de príncipes, princesas e resgates fantásticos em torres de castelos distantes (e quem não?) fico viajando com a paisagem...



No meio do caminho tinha um menino oferecendo abraços grátis. Tem que ser muito gente boa para sair de casa num domingo com um plaquinha dessas e oferecer abraços para estranhos. Tive que contribuir.


















sábado, 15 de janeiro de 2011

Sunset from my balcony : )

Não resisti e dei só uma passadinha para registrar o visual do sol se pondo da minha varanda, nesse inverno atípico, após a trégua da neve... lindo demais! Boa tarde/noite para todos!




quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tübingen é Bio!

Sempre achei super legal essa coisa de politicamente correto, de comprar comida orgânica no Horti Fruti, mas, na boa, isso aqui vai muito mais longe do que eu podia imaginar.

Antes vir prá cá, claro que fiz aquela pesquisa básica sobre a cidade e chequei as curiosidades locais. Li que era a cidade número um da Alemanha nas questões ambientais (conhecida como a cidade verde), que as pessoas quase não usam o carro, preferem a bicicleta e que procuram comprar alimentos e roupas livres de produtos químicos, etc, etc, etc...  

Só que, vivendo aqui, percebi que a coisa é muito mais xiita do que eu podia imaginar... Existem os “mercados verdes” e os mercados comuns. E, ainda nos mercados comuns, há sessões inteiras destinadas aos produtos chamados “bio”. As pessoas preferem comprar, por mais um euro ou dois, comidas naturais/orgânicas, onde a procedência do produto é totalmente descrita no rótulo, do que as industrialmente modificadas. Até aí tudo bem, perfeito! O engraçado é a propaganda e o que vem escrito nos rótulos.

Por exemplo, prá vocês terem uma ideia do marketing dos produtores “bio”, em relação aos ovos, os rótulos das caixas são um caso à parte. Chega a ser engraçado! Todos os ovos “bio” são conhecidos como ovos das galinhas felizes, mas em alguns vêm escrito na embalagem que as galinhas são criadas livres comendo o que encontram no chão, já outros indicam que as galinhas também são criadas soltas, mas comem milho natural e por aí vai. Tem embalagem que ainda indica que as galinhas que colocaram aqueles ovos morrem de morte morrida, quando chegar a hora delas. Não é muita informação? Para eles não! É apenas suficiente. E, nessas circunstâncias, você compraria um ovo comum, de uma galinha que foi criada num cubículo comendo ração cheia de hormônio, ou compraria, por mais um euro, um ovo produzido por uma galinha feliz? Não é uma ótima jogada de marketing? Saudável, claro, mas excelente business.



O mesmo se repete com os itens mais básicos, como leite e os seus derivados e produtos mais sofisticados, como biscoitos (com farinha controlada), papel higiênico, frutas, massas e todo e qualquer item existente num mercado, incluindo produtos de limpeza de todos os tipos.  Se tem o tal selo “bio”, você pode comprar sem medo de ser feliz, no que diz respeito ao meio ambiente e à sua saúde.

Agora, sem brincadeira. Todos os produtos comestíveis que testei com o selo “bio” tem realmente um gosto diferente. Não sei se é o psicológico agindo, mas, tudo me parece ter mais sabor. Será que foi por isso que engordei 5 quilos? Boa desculpa, né? Pode ser...

Num próximo post contarei sobre a batalha diária da reciclagem do lixo nessa cidade verde. Inacreditável...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Les Arcs – C’est superrrrrrrr!

Qualquer viagem para mim aqui é legal, a comeҫar pela própria paisagem na estrada, divina e diferente. E dessa vez, rumo a Les Arcs cruzamos a Suíça e a Áustria, antes de entrar na França. Montanhas nevadas por toda parte, lagos com águas super azuis. Paisagem de tirar o fôlego.


Já nas montanhas, o contraste da neve branca com o colorido das roupas das pessoas nas também é muito legal! É um visual completamente diferente para nós brasileiros.

Além disso, o pessoal que aluga o chalé com a gente é demais! São amigos queridíssimos: Susele e Stefale (nossos padrinhos de casamento), Jörgele e, esse ano, o super snowboarder Denis – um amor de pessoa. Todos, incluindo o Mirko, são excelentes esquiadores, menos eu. O pessoal já vale pela viagem!



No entanto, nem tudo são flores e preciso confessar uma coisa definitiva: não é legal aprender a esquiar depois dos 30 anos. Ou você aprende quando tem 4/5 anos, ou então já pode saber que vai ser uma miséria. E quem disser o contrário, que é fácil, tranqüilo, molezinha, tá mentindo deslavadamente. Vejam bem, não estou desencorajando ninguém, dizendo que não é para tentar. É apenas uma constatação da realidade. É difícil pacas, o equipamento é pesado e carregá-lo andando com as botas de esqui é um estorvo, mas temos que tentar (quem tiver saco e oportunidade) mesmo assim.

A minha primeira temporada de verdade na tentativa de esquiar foi ano passado em Saint Luc - Suíça e, cara, foi totalmente humilhante. Cheguei achando que sequer ia precisar de aulas, porque sabia patinar no gelo... kakakaka ledo engano. Uma coisa não tem nada a ver com a outra! Acabei com mais manchas roxas nas pernas, canelas e braços do que se estivesse participado de uma partida de rugby.

Prá encurtar, estava muito amarradona com essa viagem, mas, sinceramente, meio sem saco de ter que passar esse perrengue descomunal na neve de novo. Resolvi tentar mesmo assim, porque quando o assunto é esporte eu sou muito ruim comigo mesma. Tenho que fazer e ponto. Então, mãos à obra.

O Mirko me inscreveu numa aula coletiva por quatro dias. Só que ele me colocou no nível 2, olha que delícia! Eu me pelando de medo de começar de novo e ele me coloca no nível 2!! Todos os alunos eram ingleses e eu a única brasileira. O professor era escocês e falava um inglês quase impossível para mim, com um sotaque absurdamente difícil de entender. Na primeira aula, todos se apresentaram e já foi aquele frenesi básico quando eu disse que era brasileira.

Dia 1 - A primeira volta foi para saber quem estava mesmo apto a frequentar o nível 2 e quem estava mentindo. Olha só que sinistro!!! Muita pressão e brios à flor da pele para mostrar que você não mentiu ao dizer que sabia fazer o básico (e, no meu caso, a ideia de dizer que eu era do nível 2 foi do Mirko!). Dois alunos foram rebaixados de cara para o nível 1 e ficaram revoltados. Fiquei satisfeita em ver que estava acompanhando o grupo numa boa. Ufa! No final do primeiro dia, depois de 3 horas e meia de esqui, o saldo foi positivo. Me senti bem, mas meio insegura porque um cara super gente boa da turma quebrou o pé bem atrás de mim. Todo mundo ficou meio baixo astral. Depois disso nem quis mais esquiar de tarde.

Dia 2 – Amanheceu lin-do! Sol e neve U-lá-lá! Nesse dia uma senhora italiana igual à Tina Turner se juntou à turma. Apesar da idade (mais de 50) ela mandava bem, só que era uma pentelha, porque ao invés de esquiar, só queria tirar fotos do Mont Blanc com o professor o dia inteiro. Ela quase foi banida pelo resto do grupo, mas acabamos conseguindo manter a paciência. Esse dia foi legal prá mim e comecei a sentir prazer naquilo ali durante a maior parte do tempo. Já não estava mais preocupada em ficar em pé, agora o lance era pegar velocidade e fazer curvas. Delícia!  De noite voltamos para o chalé e a Susanne, que, diga-se de passagem, cozinha muito, preparou um fondue para a galera. Depois foi jogar conversa fora na frente da lareira e esperar o sono chegar junto com a dor inevitável no corpo depois de um dia de trabalho pesado na neve.    








Dia 3 – O melhor de todos os dias. Sol de novo, só que -15° no alto da montanha... durante a maior parte do dia fiquei sem sentir os meus dedos do pé esquerdo. Nem dava prá mexer, era como se eles não existissem. A vovó italiana pediu para descer no meio da aula, porque estava passando mal de frio e o professor disse que não ia parar a aula para levar ela lá em baixo (era só o que faltava...). Foi um saco ter que aturar a nona com cara de choro, mas tudo bem, fingi que ela nem tava ali. O bom foi que eu percebi que tinha pego o jeito do negócio e na parte da tarde fiquei com o Mirko praticando mais um pouco. Deu prá curtir bastante!   



Dia 4 – A temperatura subiu muito de madrugada e até choveu, o que fez a neve derreter bastante. Ficou tudo no gelo e difícil de esquiar. Como eu já estava com dor no meu corpo todo (resultado de 5 quilos a mais e 8 meses sem malhar de verdade) eu decidi que ia me permitir não ir par a montanha. Só pensava na minha mãe me dizendo dias antes para não ir além dos meus limites (como ela me conhece...). Então, dei ouvidos à mamy e, como eu mesma não tava a fim de perrengue, fiquei curtindo a estação de esqui e foi ótimo também.




Os outros resolveram subir e voltaram revoltados com as condições da neve, disseram que viram muitos acidentes e até um resgate com helicóptero... no final foi mesmo bom eu não ter ido.

A viagem de volta foi tranquila e estava um dia lindo... Valeu a pena cada dia, cada minuto, especialmente porque acho que agora eu perdi mesmo o medo de esquiar.

E que venha a próxima viagem!

Feliz ano novo com alguns dias de atraso, mas ainda em tempo!

Estava fazendo um frio danado e imaginei que ia ser bem baixo astral o ano novo, com todo mundo em casa vendo os fogos de Copacabana pela televisão, três horas depois do nosso ano ter começado.

Mas a minha idéia de ano novo na Alemanha começou a mudar quando fomos convidados para uma festa à fantasia no dia 31 na casa de amigos. Eram somente sete pessoas, três casais e mais um avulso. Apesar do frio e de não saber nem por onde começar a procurar uma fantasia por aqui, achei que poderia ser legal e foi!

Prá mim foi super estranho pensar em usar uma fantasia no dia 31, ao invés das nossas tradicionais roupas brancas ou de cores claras, mas tudo bem, a palavra do ano que se inicia para mim é mudança mesmo! Como não sabia onde comprar/alugar pedi ajuda à minha sogra, que nos emprestou roupas de egípcios legítimas dela e do pai do Mirko. O meu vestido, apesar de lindo, acabou ficando imenso em mim, mas tudo bem... foi o que pude arrumar. A nossa foto tá aí. O Mirko ficou hilário com a túnica e de  barbinha e bigode. Chegamos na festa e as fantasias estavam o máximo! Todas compradas no super mercado Kaufland (e eu não sabia que os mercados comuns aqui vendem fantasias...) e com uma qualidade ótima para ser de mercado e, ainda por cima, "made in China". As outras pessoas estavam de: Chapeuzinho Vermelho, Dartagnan, viking, cowboy e Cleópatra. Não dá prá mostrar as fotos de todos, porque não pedi autorização para ninguém e aqui publicar fotos dos outros sem pedir não rola. 


Perto da meia noite fomos para rua com garrafas de champagne, obviamente todos encasacados até a alma e os meninos carregando vários fogos de artifício. Achei que ia ser um saco, sete malucos fantasiados ,no meio da neve, passando mal de frio (eu mais do que todo mundo, claro!) e soltando fogos, mas quando chegamos no térreo começaram a aparecer dezenas de pessoas saídas não sei de onde (sim, porque a minha impressão até então era a de que só nós estávamos comemorando o ano novo, de tanto silêncio e calmaria nas ruas) e todas munidas de fogos de artifício. Resultado: tivemos um show de fogos de artifício na rua, muito legal, só que perigoso, porque as pessoas vão acendendo e soltando uns em cima dos outros e eu estava vendo a hora que alguém ia se queimar feio, mas, graças a Deus, nada aconteceu.

Na volta fizemos um jogo, tipo uma simpatia para o ano novo que é bem comum aqui, onde você queima um pouco de metal numa colher e depois joga na água. A figura que aparecer na água tem que ser interpretada numa cartilha que vem junto com o jogo. A minha figura e a do Mirko pareciam com dois girinos subnutridos. É claro que o povo interpretou como sendo dois fetos e que nesse ano ficaremos grávidos de gêmeos... o povo gosta de ver a minha cara de desespero... : )

As fotos dos girinos estão aí também, bem desfocadas, mas foi o melhor que pude fazer nessa altura, já com algumas taças de champagne agindo.

Foi isso, gente, beijos para todos e EXCELENTE 2011 para vocês!


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