segunda-feira, 20 de junho de 2011

As cegonhas me atenderam...

Todos se lembram que na última semana santa visitei a Alsácia, na França e fui numa fazenda de cegonhas fazer minha encomenda especial. Acho que pelo tamanho da minha fé no pedido, ele foi passado na frente dos outros.... Ali eu já estava grávida e não sabia.



Prá quem acompanha de perto minha estória, sabe que pouco antes de sair do Brasil e na paranóia de começar uma vida em outro país sem nenhuma pendência de saúde, fui a todos os meus médicos fazer um check up e, justamente nos exames ginecológicos e de sangue foi apontada uma deficiência de hormônio feminino bem acentuada. Nada que umas pílulas não resolvessem, segundo a médica, mas eu já sabia que não ia ser fácil engravidar. Fiquei com isso na cabeça e chegando aqui na Alemanha procurei uma médica especializada em reprodução, já no início de março. Ela disse que podia não ser nada, mas que gostaria de checar tudo de novo com os laboratórios de confiança dela. Eu achei perfeito, mas estava, portanto, no caminho de começar o meu possível tratamento. Mas, Deus foi muito bom comigo e com o Mirko e nos mandou esse presentão, antes mesmo de eu começar os exames de novo (que são um porre, diga-se de passagem). O Mirko também ia fazer as checagens dele. Nada disso foi preciso.

Quando tivemos a certeza, a felicidade foi indescritível! Não vou nem tentar explicar, porque não dá. Quem já passou pela experiência de engravidar quando se quer muito um filho sabe do que eu estou falando.

No nosso caso, depois de passado o frenesi absurdo da notícia, nos quinze minutos seguintes a ficha começou a cair prá mim (foi bem rápido, como boa virginiana e racional até o último fio dos cabelos).

Peguei o calendário, fiz as contas e... PUTZ... pensei:  “Vai nascer no auge do inverno! Se tudo correr bem, entre o Natal e o Ano Novo (periodozinho miserável... : ). Quem vai querer vir prá cá me ajudar? Ninguém.... Vou estar aqui sem ninguém, no meio da neve, com um recém nascido. Como vai ser ter um filho recém nascido com temperatura muito negativa do lado de fora?” E o parto normal sem anestesia, famoso na Alemanha??? Comecei a dar uma pequena surtada, enquanto Mirko só pensava em abrir o champagne e ligar para o Brasil.

Depois de falar com a família e transbordar de alegria, foi muito difícil me acalmar para dormir. Aqui já eram mais de duas da manhã. Dormi super mal, fiquei pensando mil coisas, do tipo: “Caramba, será que eu vou ter que preparar minha cabeça para ter um filho, de parto normal, sem anestesia, como é comum aqui na Alemanha (ter o baby no Brasil nunca foi opção até o momento, mas parto normal sempre foi a opção, só que com peridural, né?)  Como vai ser isso? Sim, porque, uma coisa é você não usar anestesia por opção própria e outra é não usar por obrigação. A idéia não me agradava. Não gosto de sentir que não estou fazendo o que quero por imposição de alguém, especialmente quando isso envolve a minha saúde. Várias outras dúvidas foram aparecendo e eu decidi que ia ler tudo o que encontrasse pela frente para chegar na primeira consulta com a médica só com as dúvidas inevitáveis, para as quais eu não encontrasse resposta.

Mirko só conseguiu marcar a consulta na mesma clínica que estava me consultando, para uma semana depois. A ansiedade foi enorme, mas foi até bom (Polyana), porque enquanto isso eu fui lendo e tentando me informar. Li alguns blogs de brasileiras que tiveram os filhos aqui na Alemanha e que diziam que nem adiantava tentar convencer a médica(o) pela anestesia peridural ou cesariana, porque na Alemanha isso não colava. Achei tudo isso muito surreal, mas não podia duvidar da opinião de quem passou por isso, literalmente na pele. Cheguei na primeira consulta super apreensiva. Fizeram um novo exame e a gravidez foi confirmada – 6 semanas! (nem precisava, porque eu já sabia. Meu corpo já estava todo diferente). Também confirmaram que só tinha um baby. Estávamos sempre contando com a possibilidade de gêmeos, pelo histórico na família do Mirko.

Pela urgência do pedido da consulta me colocaram com uma médica nova, que não era a que tinha me atendido antes. Já não gostei. A gente sente, né? Enfim, ela tava mais interessada em me liberar logo do que em responder as minhas dúvidas de mãe brasileira e, importante frisar, virginiana, pois levei um caderno com as perguntas em ordem, pela importância. Alguém pode comigo?

Eu saí de lá chateada e com a certeza absoluta de que ela não seria a minha médica. Marcamos a segunda consulta com a médica anterior, a do possível tratamento. Deixamos isso claro na recepção. Fiquei esperando para ver se me sentia melhor com a outra médica.

Enquanto esperava, o meu curso recomeçou – UFA!  Eu estava tirando a maior onda de que não estava nem um pouco enjoada, me sentindo ótima, até que, do nada, acordei um dia com um gosto horrível de cabo de guarda-chuva na boca e com vontade de morar numa redoma de vidro, para não ter que sentir cheiro algum. HORRÍVEL. Estava enjoando. Afinal de contas, com o histórico familiar que tenho (minha irmã cheirava os pratos dos self-services onde almoçava quando estava grávida, porque sentia todos os cheiros possíveis e passava mal e a minha mãe viveu à base de remédios para enjôo nas três vezes em que ficou grávida) era pedir muito não ficar do mesmo jeito.

A segunda consulta chegou, já com a Dra. Jutta e foi maravilhosa!!!!!!!! Ele é uma senhora experiente, me deixou totalmente confortável, brincou muito comigo, tirou todas as minhas dúvidas com toda a paciência do mundo e ainda perguntou se era só aquilo. Uma fofa. Me disse que eu vou ter o baby do jeito que eu quiser! Alívio total e imediato! Só por causa disso, agora posso até pensar em ter sem anestesia! Só pelo fato de agora ser uma OPÇÃO!  : )

As últimas três semanas foram de enjôo direto e uma vontade de chorar por tudo. Teve um domingo que liguei prá minha mãe e simplesmente não conseguia parar de chorar. Coitada, gente! Me senti péssima depois, mas não estava conseguindo evitar o choro. Um sa-co! E o sono incontrolável?? Eu sei que é passageiro, mas para uma pessoa super ativa como eu, me sentir assim tava bem difícil.

Nesse meio tempo, o Mirko foi novamente ao Brasil a trabalho por 15 dias. Fiquei aqui, enjoada e sozinha, mas sempre tem um lado bom em tudo, não é mesmo? Nesse período o tempo ficou fantástico, de verão. Aproveitei prá caramba, peguei muito sol (com protetor) e passei bastante. Recebi a visita maravilhosa de amigos do Brasil em lua de mel e aproveitamos bastante juntos. Enfim, deu tudo certo!

Agora, já no finalzinho do primeiro trimestre, parece que ficou tudo mais fácil e melhor. Os enjôos ainda não me abandonaram, mas já diminuíram sensivelmente. Já dá prá ver a barriga, de leve e não engordei nada, porque afinal das contas já engravidei acima do peso e preciso manter o olho na balança...

O amor que sinto por esse bebezinho é algo que não se mede nessa vida. Eu já acordo de manhã com um sorriso no rosto.

Espero que a gravidez transcorra tranquila daqui prá frente e que dê tudo certo lá no final. Só o que eu peço agora é que o nosso bebê tenha saúde. Não faço questão de menino ou menina. O que vier é muito, muito bem vindo. Só quero saúde, MUITA!

Vou terminar com um versinho que achei singelo e verdadeiro:

“A BABY MAKES
LOVE STRONGER
THE DAYS SHORTER
THE NIGHTS LONGER
SAVINGS SMALLER
AND A HOME HAPPIER…”




PS: AHHHHHHHHHHHH! É claro que a minha mãe super corajosa (odeia andar de avião e odeia o inverno) vai vir aqui me ajudar! Ela e minha prima Luli (que também odeia andar de avião, mas não odeia tanto assim o inverno). Elas são super e isso vai ser demais!  


Beijos para todos, agora duplos,

Lilian e Chucrutinho(a)!

4 comentários:

AC disse...

Parabéns, minha querida!
Que o seu baby venha com muita saúde e as ótimas qualidades da mamãe e do papai!
Beijos...

Candice disse...

Lilian, que noticia maravilhosa!!!! Parabens, muitos parabens pra voce e pro Mirko!!! Eu sempre leio o seu blog e esse texto da gravidez, pra variar, esta muito bem escrito e com muito humor, o seu humor! Consigo te imaginar falando as coisas que estao escritas, eh muito bom!!! hahahahah!!! Que voce tenha uma otima gravidez, que os enjoos diminuam e que o chucrutinho venha com muita saude! Beijos, Candice.

Anônimo disse...

Amiga querida, emocionei lendo o blog, por vários motivos:
1) Quando li o blog do seu pedido para cegonha, respondi que ao final do texto tinha certeza que vc estava grávida e dias depois veio a confirmação.
2) A sensação de ter um filho é a coisa mais maravilhosa do mundo, a gravidez eu diria que para mim, mesmo sempre tirando de letra, mesmo com os meus 63 dias de cama do Antonio e 28 da Marina, não sentia a menor graça naquela mega barriga, arrotando, peidando, sem posição para dormir, sem vontade de trepar.....ahahah só eu mesmo para ter coragem de postar isso aqui!
3) Tenha certeza que você vai amadurecer e ser corajosa no 1 dia que vc olhar para o seu bebe e pensar assim: PQP, caralhoooooo agora é meu e o que eu faço com todo esse amor que estou sentindo agora? é um sentimento muito lindo, maravilhoso.... e com isso, certamente o seu versinho é perfeito! As noites são longas para quem acredita nisso....para quem não acredita, os filhos dormem iguais a anjos, como os meus, como eu.
4)Vc sempre vai ter sua familia por perto, seja aqui, seja ai! Tenha certeza disso, vc nunca ficou abandonada e não será agora! Super Rose Ativar!
5)Para morrer de inveja, hj, eu, bia e Raissa, ficamos engarrafas 2 horas na ponte.... rimos e fofocamos bastante!
Love You!
Beijos,
Quel

Lilian Rapp disse...

Quel, tô passando mal de rir aqui com vc! Super Rose Ativar! KAKAKAKKAKAKAKAKAK! Te amo e morro de saudades! Vamos ver como vai ser essa aventura aqui! Vc vai saber de tudo sempre, claro!
Beijos e segura o tchan que em agosto eu tô aí! Vai ter que fofocar tudo de novo comigo!

Postar um comentário

Total de visualizações de página