domingo, 6 de fevereiro de 2011

Trem, Luzes e Margaritas em Hechingen

Então pessoal, meu cabelo estava com três dedos de raiz escura, cheio de fios brancos, além de estar muito comprido. Eu acho muito cafona quando a pessoa é bem baixinha, como eu, e usa cabelo muuuuuuiiiitttttooooo comprido. É a visão do inferno e eu estava me sentido o primo Itt da Família Adams.



Ou seja, a situação estava periclitante e eu precisava de ajuda já!

Como ainda não me comunico em alemão a ponto de explicar como queria fazer luzes no cabelo, pedi para a Irina, minha amiga de Moldova, casada com um dos melhores amigos do Mirko – Sven, me ajudar. Ela fala alemão fluente e foi uma fofa, como sempre. Conversou tudo no cabeleireiro dela, explicou o que eu queria e marcou um horário para sexta passada às 15:30h. Só um detalhe, era mora em Hechingen, a cidade em que o Mirko nasceu e que fica há 30 minutos daqui. O descolamento exigiria uma viagem de trem e eu nunca fiz isso sozinha, mas tudo bem. Eu sei falar.

Com medo de me perder (eu sempre tenho esse medo, porque me perdi na praia de Icaraí com 5 anos e fiquei traumatizada para sempre) eu pedi para as minhas amigas teenagers do curso para acompanhá-las até a estação, porque elas pegam o trem todo dia para voltar prá casa. Tudo bem que a aula acaba meio dia e o meu trem era o das 15:03 h, mas, mais uma vez, com medo de me perder eu preferi ir com elas e ficar mofando duas horas na estação.

Quando cheguei na estação de trem com as meninas, Stephanie e Rhianna (a quem eu chamo gentilmente, só para mim, de umbrella), comprei o meu bilhete num guichê eletrônico, olhei em volta e percebi a minha total burrice. A estação não tinha aquecimento, só nas lojinhas em volta e eu teria que ficar duas horas congelando a espera do meu trem. E foi isso que aconteceu. Depois de comer meu menu infantil no Burger King (eu merecia), de fazer todo o meu dever de casa, tentar ler a revista de cinema da lanchonete usando o dicionário e ouvir duas vezes a mesma sequencia de músicas no meu Ipod, achei que o pessoal já tava me olhando de cara feia, porque eles não tinham muitas mesas e estava na hora de pico do almoço, além do que a estação fica cheia com o movimento dos estudantes que voltam prá casa no final de semana. Peguei minha mochila e saí. Fiquei perambulando mais uma hora e meia pela estação, com mui-to frio nos pés e nas mãos, mesmo com luvas. Pensando polianamente, eu decidi que ficar observando as pessoas entrando e saindo poderia ser um bom passatempo. Depois de uma hora e meia, já tinha dado, queria sair dali, tava morrendo de frio! Felizmente já eram quase três horas e eu fui para a plataforma.

Peguei o trem na boa e em 15 minutos estava em Hechingen. A Irina estava me esperando lá! Ufa! Fomos para o salão. Tudo moderno, duas cabelereiras super novinhas e com cabelos estilosíssimos, além de uma maquiagem ma-ra! Isso é uma coisa que me impressiona muito aqui na Alemanha. As cidades pequeninas, com 15, 16 mil habitantes como é o caso de Hechingen, oferecem serviços de qualidade, com ótimas profissionais e excelentes produtos (isso é sem comentários) em quase todos os campos. Fiquei imaginando se teria coragem de fazer o mesmo em Arraial do Cabo, por exemplo... : ).

A cabeleireira me perguntou se eu queria exatamente como estava antes, ou se eu preferia fazer uma cor a mais, ou seja, deixar mais claro. A Irina ia traduzindo tudo. Num lampejo de loucura e achando que na Alemanha todos têm os cabelos mais claros, falei para a menina que eu queria mais louro, um tom a mais.... é, minha gente, eu disse isso....

Ela começou a fazer as luzes perfeitamente, como aqui no Brasil, com laminado, dividindo os fios fininhos, exatamente como a minha querida Eliete fazia e isso me deixou muito aliviada, porque estava achando que ela poderia pegar aquelas toucas que algumas pessoas usam para puxar os fios e isso ia acabar com todo o glamour até então. Ia pensar duas vezes em sair da cadeira, se acontecesse.

Estava tudo indo muito bem até eu perceber que já tinham passado duas horas e ela ainda nem tinha chegado na metade do meu cabelo. A Irina já tinha cortado o dela há séculos e eu estava sem graça dela estar ali me esperando esse tempo todo. Mais uma hora e ela terminou tudo e foi lavar o meu cabelo com um shampoo roxo, tipo um tonalizante, que, confesso, me deixou desesperada. Eu só via a mão dela com aquela cor roxa viva passando por cima da minha testa... pedi para a Irina perguntar o que era e ela disse que era exatamente um tonalizante para não deixar o meu cabelo muito amarelo e ufa, de novo, igual ao Brasil!

Depois de quatro horas, isso mesmo, 4 horas e minha bunda dormente, ela terminou tudo cortou dois dedos e meio do meu cabelo, apesar de eu ter pedido mais e secou. Ficou mara, gente! Mas muito louro. Acho que vou me acostumar, porque ficou muito bem feito, mas eu tô beeemmmm loura! Não posso reclamar (e nem quero!), porque a culpa foi única e exclusivamente minha.

Vou ficar devendo a foto, porque estou com problemas para carregar a bateria da minha máquina, com as tomadas daqui (por isso, meus últimos posts foram sem fotos também...), mas vou tentar explicar... eu antes estava mais Jennifer Aniston e agora estou mais Scarlet Johansson. HAHAHAAH!



O preço foi até mais barato do que eu pagava no Brasil e ela só usou produtos de primeira em mim! Mais um ponto para a Alemanha.

Depois dessa odisséia, fomos para um barzinho Mexicano, (mais uma vez inacreditável, uma cidadezinha daquelas tem um barzinho mexicano tão legal – La Paz), tomamos frozen margaritas e comemos tacos até nossos maridos chegarem para nos buscar.

Já ia terminar o post, mas preciso contar que depois das 21 horas, percebemos que o bar ficou temático, era Festa do Flerte!!!!  Todos nós ganhamos luzes coloridas para flertar. Se estivesse ligada era porque os meninos poderiam se aproximar. KAKAKAKAKAKAKKA! Lembra que tinha isso no Brasil?? Festa do Sinal???



4 comentários:

Ana Raissa disse...

Eu JÁ VI O novo look na LIlian (peguei meu expresso Niterói-Tübingen) e fui conferir... querem saber? Ficou ótimo! Tá linda! Mas o fato (também) é que esse post me fez lembrar de uma história em que a nossa bloguista teve um acidente capilar que a deixou no melhor estilo "Les Blondissimes"!
Eu explico: é que a nossa amiga Bia resolveu ela mesma "fazer a cabeça" da Lilian e, naquela de "deixa o produto agir por mais tempo pra cor abrir mais", ela só foi enxaguar quando percebeu uma "discreta fumacinha" saindo do topo da cabeça da vítima! kakakakaka
Eu, que chegava de uma viagem longa, no aeroporto internacional, quase não reconheci a minha amiga que lá me esperava com uma bandana na cabeça para tentar disfarçar... KAKAKAKA
Essa foi pra vc, Li, lembrar de mais uma de nossas histórias! Te amo! Saudades infinitas! Beijos

Lilian Rapp disse...

RAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIII! Vc acha que eu não me lembrei desse acidente capilar "Les Boldíssimes" com Fabiane quando estava lá no salão?? Claro que sim! Me lembro total de usar essa bandana pra disfarçar a merda que ficou! Vc quase não me reconheceu mesmo, lembra?? Kkakakakak! Me deu vontade de rir várias vezes no salão lembrando disso! AMEI O COMENTÁRIO E TÔ COM MUITAS SAUDADESSSSSSSSSSSSSSS!!! Vem logo prá cá!

Josye disse...

Eu quero ver a fotooooooooooooooooo!!!!!!!!!!

Clélia disse...

Só um teste prá ver se a dica da super-Rai funcionou...

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